UMA MARCA NÃO FAZ UMA PESSOA MELHOR

Nos meus idos tempos de “tia do ballet”, um dia uma aluna chegou e me perguntou: “Tia, você tem uma (bolsa de marca famosa e cara)?”. Ela tinha 3 anos. Não, eu não tinha uma (bolsa de marca famosa e cara). “Não, querida! Eu não tenho!”. E ela, com uma carinha sapeca de rainha, disse: “Eu tenho!”. Sim, ela tinha! Uma miniatura de bolsa original, que estava carregando um par de sapatilhas sujinhas e uma garrafinha de suco que prometia… Respondi com um “Que bom!” bem despretensioso, mas fiquei com aquela cena na mente para a eternidade. 


Ela, tão pequetutinha, já sabia o que aquilo significava. Não por ser um caso anômalo de mulher de 30 anos no corpo de uma criança. Mas porque alguém tinha ensinado para ela (conscientemente ou não) que havia uma bolsa, e que havia uma marca, e que aquela bolsa daquela marca a faria mais importante do que as coleguinhas e, claro, do que a professora.

Porque isso está impregnado na gente! Olhamos as marcas e avaliamos as pessoas. Mas uma marca não faz uma pessoa melhor. E é preciso que se diga isso, uma e mil vezes, para que com o tempo as marcas se preocupem mais em representar propósitos do que só status. Muitas marcas são ostentadas pelo seu valor comercial mas, por trás dos panos, destroem muitos valores morais e éticos. E aí, não tem valor. Pessoas melhores farão marcas melhores.

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