A gente compra uma roupa, e ela é tudo. Ela é linda, ela é moderna, ela é cheirosa. Todas estão usando e tudo com ela fica legal. A gente fica magra, alta e loira. E aí...a semana acaba.
Um dia o mercado (de tudo!) entendeu que fazer coisas boas para sempre não dava lucro. Então começaram a fazer coisas ruins, e a nos convencer de que nada, na verdade, deveria durar tanto tempo assim. Hoje, a gente já compra o lançamento de cara feia porque o outro lançamento não saiu ainda. E não quer dizer simplesmente que as coisas duram menos. Quer dizer também que nosso interesse por elas dura quase nada! A quantidade de novidades e a quantidade de gente mais bonita e mais legal que a gente vê usando essas novidades faz aquela roupa/carro/cor de esmalte/celular/decoração da casa/vestido de noiva/vida, que era linda, que era tudo e moderna parecer… assim… tão mês passado! E aí, a gente desvaloriza o que tem para esperar pelo que vem.
Sou da coleção de inverno de 1988, trabalhando duro para me tornar um clássico atemporal antes que meus filhos já adentrem o mundo querendo saber “as mães que mais vão bombar no verão”. Tem fé.
1 comentário
O valor “novidade” pesa mais que o valor “qualidade”. E o pior é quando chamamos de novo coisas velhas por força do hábito ou por puro e simples esquecimento.